01 outubro 2012

Quando a cultura não é valorizada: Banda Municipal sofre novo desmonte



Um dos momentos mais bonitos do Movimento Viva Gasômetro, foi a inauguração do Muro da Praça Júlio Mesquita, com a apresentação da Banda Municipal
Logo após sua fundação em 1925, pelo então Intendente Otávio Rocha, a Banda Municipal vem sofrendo um histórico de sucessivos desmontes. 
Sob protesto da população, o sucessor de Otávio Rocha resolveu manter a Banda, ainda que com efetivo reduzido para 42 instrumentistas.  Em 1950, a Banda Municipal teve seu quadro ainda mais reduzido: 32 músicos. Posteriormente, quando Orquestra Sinfônica de Porto Alegre foi fundada, a Banda foi incorporada a esta. E, em 1957, os cargos de seus componentes foram declarados excedentes, o que significou na prática sua extinção.
Quase 20 anos depois, em 1976, a Prefeitura voltou a avaliar o significado da Banda para a vida cultural da cidade. E a Banda Municipal foi reinstituída em caráter experimental.  Em, 1988, com a criação da Secretaria Municipal de Cultura, a Banda foi incorporada ao órgão. De lá para cá, vinha se apresentando em atos cívicos e solenidades até a promoção de mais um desmonte.
Um dos instrumentistas da Banda Municipal, que prefere não se identificar no momento, relata que neste ano a Banda fez apenas três apresentações e os músicos, todos funcionários concursados da Prefeitura,  estão sendo obrigados a ficarem parados. Ele reclama da falta de infraestrutura e de gestão, pois antes faziam apresentações em escolas e concertos populares. Agora, existem pedidos, mas estão sendo negados, devido ao desmonte da Banda.
Dos 40 instrumentistas, 12 foram afastados, através de exames de audiometria. O músico acredita na hipótese de “uma tentativa de fracionar a banda para, aos poucos, acabar com ela.” Este ano a Banda Municipal tem somente mais uma apresentação, próxima ao Natal, prevista. Mas eles temem que possa ser cancelada. Assim, como aconteceu com a apresentação que fariam na reabertura do Auditório Araújo Viana, que historicamente é a casa da Banda. O músico conta que não houve justificativa oficial, pois “cada um diz uma coisa diferente.”
De acordo com o integrante da Banda, no final do ano passado, chegou a ser feito um pedido, para a Câmara de Vereadores, para a criação de uma coordenação específica para a Música. Mas desde então a situação só vem piorando. O músico relata que, durante o Porto Alegre em Cena, ficaram sem poder ensaiar, pois vêm ensaiando no Teatro Túlio Piva, que foi ocupado pelo evento. No entanto, eles não foram realocados. Agora com os sérios problemas no Teatro – até circula, pelas redes sociais, um manifesto pedindo a reforma do localhttp://www.causes.com/actions/1686514?recruiter_id=141959326&utm_campaign=invite&utm_medium=wall&utm_source=fb – o futuro da Banda é ainda mais incerto.
Além de tudo isso, há doze anos não é feito um concurso para repor o quadro da Banda, que vem sofrendo baixas com o falecimento ou aposentadoria de seus componentes.

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